segunda-feira, 23 de março de 2015

Eletrobrás: De novo a possibilidade de privatização

No ano passado, liderados pelo governador Zé Filho (PMDB), empresários e políticos reuniram-se com o vice-presidente da República, Michel Temer (PMDB), com o objetivo de buscar solução para a crise da Eletrobrás Distribuição Piauí.

De lá para cá, os investimentos necessários para salvá-la não foram efetuados. O serviço de distribuição de energia em algumas regiões do estado, como Parnaíba e Nazária, foi ampliado, sem ações eficazes, no entanto, para equacionamento dos problemas.

Agora, a exemplo de anos anteriores, ressurge a informação sobre sua privatização. Consta que o Ministério de Minas e Energia estuda a possibilidade de transferir o controle acionário do sistema Eletrobrás, que atua nos estados do Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre e Alagoas, além do Piauí, para a iniciativa privada.

Com uma arrecadação anual em torno de 500 milhões de dólares, a Eletrobrás Piauí atende a uma carteira de um milhão de clientes. Com alto índice de inadimplência e de desvios de energia, a empresa, segundo se proclama, não encontra alternativas para sair do buraco.

Ainda no ano passado, Zé Filho disse que o planejamento da pauta de investimentos no sistema não foi cumprido, motivo da crise.

A economia piauiense vem experimentando novo fôlego com a expansão da produção de grãos na região dos cerrados e a instalação de nova empresas em Teresina e em outros municípios, o que acarreta aumento no consumo de energia, mas esta realidade não é acompanhada pela Eletrobrás.

Criada na década de 50 do século passado, a antiga Cepisa, hoje Eletrobrás Distribuição Piauí, exauriu-se e sua ação na estrutura econômica piauiense esvaziou-se. Setores empresariais têm afirmado que perdemos indústrias para estados vizinhos porque não dispomos de armazenamento suficiente de carga elétrica nem produzimos a energia de que precisamos.

De quanto a empresa precisaria para se recuperar? R$ 200 milhões? R$ 500 milhões? R$ 1 bilhão?

Em 2008, a administração central da Eletrobrás estabeleceu ações prioritárias para seu soerguimento ou sua reengenharia por intermédio do aperfeiçoamento da governança corporativa, reorientação dos negócios de distribuição, reformulação institucional da holding e reorganização do modelo de gestão empresarial.


Hoje, difunde-se a produção de energia sob variadas matrizes, como a eólica e a solar, jogando por terra os velhos modelos. Fala-se em energia limpa, mas pouco se produz ou se investe, pelo menos no Piauí.

O ressurgimento da proposta de privatização confirma o que a história no ensina: É muita conversa e pouca ação.

Domingos Bezerra Filho

Editorial de 23.03.15



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