quinta-feira, 11 de setembro de 2014

A venda do voto e as conseqüências



Os resultados da compra e venda de votos são semelhantes aos resultados provocados pela prática da corrupção no país. Quando o cidadão vende o voto, seja por intermédio da gratidão por um favor obtido – que é até justo por considerarmos a gratidão uma virtude - , quando o cidadão vende o voto por uma carrada de massará, quando o cidadão vende o voto por uma consulta médica, quando o cidadão vende o voto por chapa, uma prótese dentária, quando o cidadão troca o voto por uma perna de borracha, quando o cidadão vende o voto por um emprego dado à menina que completou 18 anos, etc, etc, etc, ele ajuda a prosperar a indignidade, a mediocridade, a mendicância, a pobreza e a miséria humana.

Todos afirmam ser imprescindível ouvir as propostas dos candidatos, com o que concordamos. Mas não são apenas as propostas apresentadas pelos candidatos a força motriz da manifestação da cidadania por intermédio do voto no dia da eleição.

A escolha de um presidente, governador, deputado, prefeito, vereador resulta na construção ou descontrução do país, do estado, do município. O voto é determinante na construção de vidas.

O voto, direito natural e constitucional do cidadão, é fundamental para o estabelecimento futuro, em um futuro próximo, de meses ou anos, de mais segurança ou insegurança pública. Por quê? Porque o governador, por exemplo, vai escolher o secretário da Segurança Pública, o comandante da Polícia Militar e estes serão responsáveis pela implementação das políticas do setor. O mesmo acontece com o presidente da República, que nomeia os ministros para os mais diversos cargos, inclusive aqueles que comprarão a carne paga pelo povo para alimentar a família presidencial.

Note bem: a educação nacional vai mal o bem?  Ela também é resultado da escolha que fazemos no dia da eleição. Não adianta contra-argumentar que temos escolas privadas, que nem tudo depende da política. Depende, sim. Tudo depende da política, inclusive o funcionamento das escolas da rede particular de ensino. Por vários motivos. Lembremos apenas um: porque passa por decisões governamentais o estabelecimento dos juros aos quais serão submetidas todas as empresas. É decisão governamental a cobrança de impostos, dos quais não podemos nos livrar.

Portanto, não venda o voto. Quando você vende o voto, você está entregando sua vida de bandeja aos compradores de honra, aos corruptos, aos desumanos, aos miseráveis bandidos que estupram e assaltam sua família, aos ladrões de almas, de vidas.

Cada vez que você vende o voto você está matando uma criança de fome, está aumentando as filas nos hospitais, está ampliando o número de sepulturas, está destruindo uma escola, está atrasando o salário do servidor público, está atirando na cabeça do seu filho.

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 11.09.14



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