quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Carnaval, Quarta-Feira de Cinzas e sentido da vida

Acabou ontem a festa brasileira mais popular, cujas origens remontam à Mesopotâmia, a Grécia e a Roma e que em alguns estados não são apenas três dias, mas quatro, cinco ou mais e antecede a Quaresma, que começa hoje, Quarta-Feira de Cinzas.

A data é celebrada pelos cristãos ocidentais como símbolo para a “reflexão sobre o dever da conversão, da mudança de vida, recordando a passageira, transitória, efêmera fragilidade da vida humana, sujeita à morte”, cita a enciclopédia virtual wikipedia. Ocorre 40 dias antes da Páscoa, sem incluir os domingos, ou 46 dias, incluindo-se os domingos.

Todos temos conhecimento da fragilidade da vida e a única certeza que temos é que um dia iremos morrer, ou passar desta para outra, como dizem alguns; ou desencarnar, como afirmam os espíritas.

Mas o que vale a vida para você? Está claro que cada um, com o livre arbítrio oferecido por Deus ao criar o Universo e seus moradores, refletem de modo particular, privado, único, sobre o sentido da existência humana, da vida.

Vida e morte. Dois extremos. Duas realidades completamente distintas, mas próximas, apesar dos contrários que esses termos significam.

O poeta Thiago de Mello fala da vida verdadeira, exposta, responsabilizada com a existência comum e a distribuição comum das riquezas, “carregando um grito que cresce cada vez mais na (...) garganta”.

Embora alguns cristãos utilizem a Quarta-Feira de Cinzas para lembrar a mortalidade, a data nos remete para o sentido permanente da vida, da vida que temos, no dia-a-dia, no nosso trabalho, nas nossas casas, nas escolas. A data nos remete para refletirmos sobre o sentido da vida que queremos construir junto com os nossos semelhantes.

A vida que queremos é uma vida verdadeira? No poema Estatuto do Homem, determina o poeta: “Fica decretado que agora vale a verdade. Agora vale a vida, e de mão dadas, marcharemos todos pela vida verdadeira”.

No Artigo Sétimo declara que “fica permitido que o pão de cada dia tenha no homem o sinal de seu suor. Mas que sobretudo tenha sempre o quente sabor da ternura”.

Desejamos nesta Quarta-Feira de Cinzas, que o homem renasça das cinzas, como fênix, para reconstruir a vida verdadeira que cada cidadão e cidadã almeja e a que tem direito.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 18.02.15



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