terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Violência, Família e Estado

Estamos insistindo no debate sobre o crescimento exorbitante da criminalidade e da violência em Teresina e no interior do estado.

No dia 19 de julho do ano passado, o programa Ponto e Contraponto debateu, em comemoração aos 24 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), a criminalidade juvenil e as propostas de soluções.

Estiveram aqui o advogado Nazareno The, o conselheiro tutelar Djan Moreira e o coordenador do Centro de Educação Masculino (CEM), capitão Otoniel Bisneto, especialistas e conhecedores do tema, vez que, em decorrência de suas atividades, aprofundam os conhecimentos e a experiência.

O que nos interessa, neste momento, a exemplo do que ocorreu em outras ocasiões, é tratar da importância da família na construção da sociedade e do Estado no controle das pessoas e instituições.

Todos sabemos que a formação do cidadão começa na família, se prolonga na escola e se completa no contexto social. A família, onde a pessoa nasce e convive em princípio, deve educar o cidadão para vida. A vida no seu próprio seio, na intimidade do lar, e externamente, na construção das comunidades, nas quais convivemos em comunhão, partilhando nossos sentimentos, interesses, deveres, direitos, ideias, sonhos, esperanças, comungando com os outros a maior parte daquilo que guardamos no íntimo da nossa alma, do nosso espírito, da nossa razão.

Ao partilharmos tudo isso, somos vigiados e seguimos as ordens emanadas do Estado – este ser opressor e repressor que não consegue atender às necessidades dos seus comandados. Administra, ou tenta administrar, o que é de todos, ao distribuir justiça, ordenar deveres, observar direitos etc, etc, etc.

Se falarmos que essas duas instituições – a família e o Estado - , em sentido amplo, falharam, não estaríamos de todo, cem por cento, corretos, porque se o estivéssemos conviveríamos no caos geral, para o indivíduo e para todos. E não é bem assim, mas é verdade que as falhas dessas duas bases sociais nos remetem para o caos se não agirmos o mais rapidamente possível.

A família é a mola mestra na formação da pessoa. Por isso é responsabilidade de cada pai e cada mãe não apenas dar a comida ao menino e à menina, mas amar, amparar-lhe na medida da sua necessidade, na necessidade do seu carinho, na sua carência humana.

O Estado administra a vida de cada um de nós. Tira e põe direitos e obrigações.

Estado e família carecem de mudanças urgentes para melhorar a vida de cada cidadão, da cidade, do estado, do país.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina de 17.02.15



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