sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

O prejuízo da corrupção na Petrobras é também social

Estudo realizado pela Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) concluiu que os prejuízos econômicos e sociais causados pela corrupção ao País pode chegar ao valor de R$ 69 bilhões por ano. Isso há três anos.

Hoje, segundo divulgou a mídia, o rombo na Petrobras com propinas e superfaturamento pode chegar a R$ 86,6 bilhões, 77,1% do valor de mercado da companhia, que despencou de R$ 128,7 bilhões para R$ 114,8 bilhões no final de janeiro.

Além disso, várias empresas que prestam serviços para a Petrobras começaram a demitir empregados, trazendo um prejuízo social enorme e perigoso para as famílias dos trabalhadores.

O site da BBC Brasil divulgou que “além das perdas causadas pelo atraso e pelos desinvestimentos da petroleira, milhares estão desempregados, com alguns vivendo de favores alheios ou mesmo passando fome”.

É emblemático o caso de Itaboraí (RJ). Compreenda: “Vista como novo eldorado do petróleo há sete anos, Itaboraí atraiu investimentos e viveu um boom imobiliário. Pacata, com muitos sítios, fazendas e uma economia tímida baseada na indústria da cerâmica e no cultivo de laranja, a cidade teve aumento de 21,5% da população entre 2000 e 2013, passando de 185 mil para 225 habitantes, segundo o IBGE”, informa a BBC Brasil. Com o advento da crise na Petrobras, “todos os pagamento de aditivos e de renovações de contratos com as empresas citadas na operação Lava Jato eram interrompidos, o que resultou numa aceleração do ritmo de demissões na Comerj”.

Até junho do ano passado eram 18 mil operários na obra. Hoje restariam apenas 6 mil, de acordo com o sindicato da categoria, e 11.400, segundo a Petrobras. Várias empresas que trabalharam no projeto passam por dificuldades. Há delas que acumulam dívida superior a R$ 1 bilhão.

Pelo menos 15 das empresas que participam do projeto em Itaboraí integram a lista das investigadas no escândalo de corrupção.

Algumas das empresas que demitiram empregados não pagaram as verbas rescisórias e mudaram até de nome, como é o caso do grupo Alusa, que mudou o nome da empresa para Alumini.

Por este e milhares de outros motivos, a corrupção é imperdoável.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 20.12.15





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