quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Justiça com as próprias mãos, mais uma vez

Dizem os mais inteligentes, ou melhor, Jesus Cristo ensinou que não se deve deixar para amanhã o que se pode fazer hoje. Há tempos o poder público abandou a população ao deus-dará no quesito segurança pública. Dirão, contradizendo: nós prendemos e a justiça solta. É verdade.

Acontece que, em decorrência da falta de ações efetivas no setor e, de resto, nas áreas econômica e social, com a ausência de políticas de amparo à família e à sociedade, de modo geral, a criminalidade se aprofundou e se tornou epidêmica, aproximando da pandemia, ou seja, podendo atingir grandes proporções nos vários continentes.

O assassinato, ontem, do jovem André Felipe da Silva Barroso, de 18 anos, no Parque Brasil 3, zona Norte, é uma tragédia anunciada pela Teresina FM em seus programas jornalísticos. Ele foi espancado até a morte, após ser arrebatado de dentro de uma igreja, acusado de tentativa de assalto. Em novembro do ano passado, Felipe Mendes Siqueira, de 22 anos, foi igualmente espancado por taxistas acusado de assalto a um motorista de táxi. Outra jovem, não lembro bem se em São Paulo ou Brasília, foi confundida com outra mulher que teria abusado de crianças. Foi feita “injustiça” com as próprias mãos e a moça morreu. Era uma mãe de família.

O que significa isso? A população, desacreditada no esforço do aparato da segurança oficial, retoma a barbárie, sujeitando-se a cometer injustiças. A propósito, o aparelho judicial não atende a contento aos anseios da sociedade.

Há alguns dias aflorou polêmica envolvendo Ministério Público, Poder Judiciário e setores da Segurança Pública estadual, com farpas distribuídas para todos os lados. No meio das farpas, a população.

Já esta semana, o governador Wellington Dias (PT) anunciou a vinda da Força Nacional para oferecer suporte e difundir credibilidade ao trabalho dos nossos excelentes profissionais da Polícia.

É preciso, sim, agir com urgência, aumentando o contingente policial nas ruas, mas, repetimos o que temos dito dezenas de vezes, o problema do aumento da criminalidade é oriundo de uma série de fatores que envolvem, inclusive, a caça aos traficantes, os mais perigosos operadores da desordem.

É preciso que a sociedade civil tome para si a resolução desse problema porque o poder público mostra-se falido.

Domingos Bezerra Filho
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Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 12.02.15


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