quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Tráfico de drogas e criminalidade juvenil, novamente

Não são poucas as razões apontadas por especialistas para o ingresso de adolescentes no mundo da criminalidade. Arrimado em texto da jornalista Fernanda Pereira, listamos “falta de estrutura familiar, falta de um projeto de vida, valorização do ter ao invés do ser, falta de políticas públicas que combatam a desigualdade social, impunidade da estrutura penal brasileira, aumento do consumo de drogas” como algumas das razões para tanto.

Mas o que terá contribuído para aumentar a violência na sociedade brasileira? Estudiosos acusam também a fragilidade das ações do poder público, seja no combate à marginalidade ou na inexistência de políticas públicas capazes de evitar o surgimento de novos criminosos.

Além disso, a reinserção do marginal na sociedade é uma falácia em todo o País, com exceções registradas aqui e ali. Em reportagem inserida na televisão pelo repórter Roberto Cabrini, vimos que de dez mulheres presas em um presídio cujo nome não nos vem agora à memória sete se salvam, ou seja, voltam ao mercado de trabalho, ao convívio sadio com a sociedade e com a família.

Aqui, a TV mostrou matéria hoje em que duas crianças de 13 anos foram apreendidas – este é o nome que se dá nesses casos – por participarem de assaltos a mão armada. Imagine: meninos de 13 anos de idade participam de assaltos a mão armada. Isso só acontecia no Rio de Janeiro e em São Paulo.

Diariamente, mais crianças abandonam a inocência infantil e se inserem no universo nebuloso e perverso do crime. Carrinhos, bolas e bonecas ficam de lado. Em suas mãos, revólveres, canivetes e facas. Ilustrando, ou deslutrando, como queiram, mas com certeza, mantendo elo estreito com o crime, a droga, a perversa inimiga da sociedade, da cidadania, da benquerença, da justiça, do amor, da solidariedade, presente no seio familiar.

E quem está por trás de tudo isso? O traficante exerce poder excepcional, está em todo lugar, no meio de todos nós. Com eles convivemos até sem o saber. Eles se utilizam das crianças, introduzindo-as no vício e, posteriormente, no tráfico para o seu próprio benefício.

A guerra do poder público não deve ser apenas contra os usuários. É uma guerra permanente contra o tráfico e o consumo. Os usuários, doentes do vício e da maldade, em determinados casos, devem ser tratados como doentes. Os traficantes, responsáveis pelo avanço do consumo, são grandes inimigos da sociedade e do poder público.

Diante disso, carece endurecer o mais duro possível a guerra contra o tráfico.

Quem se habilita, com a coragem que o momento requer?

Domingos Bezerra Filho


Editorial do Jornal da Teresina 2 Edição de 11.02.15

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