quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Se investiram no carnaval por que não investem na cultura?

A maior festa popular do Brasil absorveu recursos enormes em sua investidura durante os cinco dias em todo o País. Bela festa. O povo, em sua imensa maioria, participou efetivamente das brincadeiras.

Prefeituras espalhadas pelo País e governos de Estados investiram pesado na construção de estruturas que facilitassem a realização das festas. O Ministério Público, em alguns lugares, inclusive no Piauí, manifestou-se contrário ao investimento público no festejo popular.

Aqui, o Ministério Público vai ajuizar ações contra as prefeituras cujos municípios estão em estado de emergência. Está correto. Se o município encontra-se em emergência, é claro que há muitas carências e falta dinheiro para o custeio da máquina pública e para a solução de muitos problemas caros à população.

Esses prefeitos, ao invés de oferecer apenas o circo, deveriam cumprir o papel para o qual foram destinados pelo voto. O que se tornou normal e comum é o descumprimento da obrigação legal de cuidar a contento dos interesses populares. Por causa disso, convivemos com crises nos setores da educação, saúde e segurança pública, principalmente, afora outros para os quais determinados gestores viram as costas.

Citemos, apenas com exemplo, o apoio à cultura e à educação em todo o Piauí. É raro o gestor preocupado com a evolução cultural da sua comunidade. Se eles assumissem a responsabilidade com essa perspectiva criariam bibliotecas públicas e incentivariam as ações culturais, desde o teatro às artes plásticas, da literatura ao circo, enfim, todos os quadrantes da vida cultural.

Tais iniciativas elevariam suas comunidades ao um maior patamar no concerto dos municípios e dos estados. Nada disso acontece. Que me desmintam os gestores que agem em prol da cultura.

Investiram - e não podemos deixar de aplaudir, no carnaval. Por que só investem no carnaval?

Não incentivam a agricultura familiar, não investem na construção e melhoria das estradas vicinais, não investem na construção e melhoria de hospitais, não investem na educação, não investem na cultura.

Ao se aproximar o período eleitoral, botam as máscaras de santo e guardam no armário a armadura de coveiros que usam durante todo o mandato.

Domingos Bezerra Filho

Editorial do Jornal da Teresina 2ª Edição de 19.02.15






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